sexta-feira, 15 de maio de 2015

Em assembleia geral, indicativo de greve na UFAM é aprovado pelos docentes para o próximo dia 29

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MANAUS - No início da tarde da última quinta-feira, 14, os docentes da Universidade Federal do Amazonas - UFAM aprovaram, com 67 votos a favor, o indicativo de greve para o próximo 29 de maio. A decisão foi tomada em Assembleia Geral na sede da Associação dos Docentes da UFAM - ADUA. Com isso, a categoria se soma a professores de outras universidade públicas nacionais que também deliberaram ao movimento. Até o momento, 14 instituições federais de ensino decidiram pelo indicativo de greve.
Mais de 120 docentes sindicalizados e não filiados compareceram à Assembleia Geral, além de técnico-administrativos e discentes. O auditório da ADUA, com capacidade para 80 pessoas, ficou pequeno para o número de participantes. Dos cem votantes, apenas 30 se posicionaram contra o indicativo. Houve ainda três abstenções.
Uma nova Assembleia Geral está marcada para o dia 27 deste mês, em local a ser definido pelo comando local de mobilização, na qual a categoria irá deliberar sobre a deflagração do movimento paredista. "Se aprovada a deflagração da greve, a deliberação deverá ser comunicada à Reitoria num prazo de 48 horas anterior ao dia da deflagração - 29 de maio", disse o presidente da ADUA, professor José Alcimar.

ASSEMBLEIA GERAL

Iniciada pelo presidente da ADUA às 10h30min desta quinta-feira, a Assembleia Geral contou com informes sobre o cenário atual do país, em que se destacam medidas de retirada de direitos dos trabalhadores e ainda corte nos recursos destinados à educação. "A política de ajuste fiscal do governo tem implicado em desajuste social", disse Alcimar, referindo-se às condições de acesso e permanência dos trabalhadores e estudantes das universidades federais, onde as condições de ensino, pesquisa e extensão, na avaliação do sindicato, estão cada vez mais precarizadas.
O Primeiro Vice-Presidente da Região Norte I do ANDES-SN, Antônio José Vale da Costa, destacou durante, os informes, que concomitante à assembleia para a deliberação sobre o indicativo de greve, ocorria também a segunda reunião de negociação entre representantes do funcionalismo público e do governo, em Brasília, voltada a discutir a pauta conjunta dos trabalhadores. O resultado desse encontro deve ser avaliado nesse fim de semana pelo ANDES.
Favorável à aprovação do indicativo, a professora do Instituto de Ciências Humanas e Lestras - ICHL da UFAM, Patrícia Sampaio, citou o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, onde as aulas foram suspensas nas faculdades de Comunicação Social e de Direito devido o atraso no pagamento de empresas que cuidam da limpeza e da segurança da instituição. "Não há recursos para a participação dos professores em congressos. O processo de terceirização dentro da universidade já está anunciado, não é uma paranoia. Os cortes para ciência e tecnologia não começaram agora. Por isso, eu voto pelo indicativo de greve nessa assembleia", completou a docente.
Também favorável ao indicativo, o docente do Instituto de Ciências Biológicas - ICB, Welton Yudi, Oda, criticou o slogan do governo "Brasil, Pátria Educadora", ao fazer um contraponto com os milhares de professores do ensino básico da rede pública que estão em greve em todo o país. "Antes eu via os professores da Educação Básica sobrecarregados e ficava preocupado. Hoje eu tenho inveja da luta deles. Hoje eu tenho que dar aula na graduação e pós-graduação e ainda no Plano Nacional de formação de Professores da Educação Básica - ParFot - para tentar ter uma qualidade de vida. Nós não queremos fazer uma greve que se arraste por meses, até porque o sindicato não tem dinheiro para arcar com isso, queremos pressionar o governo para que as respostas venham logo", afirmou Oda.
Com posicionamento contrário ao indicativo de greve, a professora e diretora do ICB, Sônia Carvalho classificou a atual conjuntura do país como inadequada para a realização de reivindicações, com o movimento correndo o risco de sair desmoralizado caso a greve seja deflagrada e a categoria não consiga ter a pauta atendida. A docente  levantou ainda a discussão sobre a migração dos discentes das universidades públicas para instituições privadas, o que faz com que o governo entenda que as universidades que essas últimas forma mais que as instituições públicas.

ATO PÚBLICO

Antes da Assembleia, professores técnico-administrativos e estudantes da UFAM realizaram um ato público no Bosque da Residência, na entrada do Campus Universitário, para marcar o Dia Nacional de Paralisação das Instituições Federais de Ensino - Ifes e dos servidores públicos federais. A mobilização teve como objetivo alertar a comunidade acadêmica e a sociedade em geral sobre os prejuízos decorrentes do corte de recursos destinados à Educação  e que afeta diretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão nas universidades brasileiras.
"Hoje é um dia de advertência ao governo federal, para que abra efetivo canal de negociação com os servidores públicos federais e dê respostas à pauta unificada da categoria, que inclui, entre outras coisas, mais verbas para o funcionalismo público, estruturação da carreira dos trabalhadores e melhores condições de trabalho", disse o Primeiro-Secretário do ANDES-SN, Jacob Paiva.

Fonte: www.acritica.com.br

Por Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
rtcastroalves@bol.com.br

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