EDITORIAL
MANAUS - Um dos maiores sonhos da população da cidade de Atalaia do Norte-AM, a mais de 1.100 km de distância de Manaus em linha reta, era ver pavimentada a Rodovia Federal BR 307, que liga aquela cidade a Benjamin Constant, diminuiindo com isso o acesso a Tabatinga e consequentemente a Manaus, além de possibilitar o escoamento da produção rural com menor custo e a importação de mercadorias que abastecem o comércio varejista e atacadista e outros produtos que, anteriormente, eram transportados pela única via útil da região, o Rio Javari, rio de elevada importância para a cidade de Atalaia do Norte.
O almejado sonho se realizou e, em 2008, finalmente, a população de Atalaia do Norte e Benjamin Constant puderam desfrutar de uma rodovia que representava progresso e desenvolvimento. Vale ressaltar que uma das reivindicações para pavimentar a BR 307 era o grande número de acidentes que aconteciam, já que sem asfalto, a via ficava quase intransitável no período chuvoso, completamente eslameada, mesmo existindo aqueles que se arricavam sem o menor receio, e no verão, os calangos, ou costela de vaca ou catombos, pequenas barreiras de lama ressecadas, que formavam sulcos em toda via, eram enormes obstáculos que vez ou outra levavam inabilitados motoqueiros desavisados ou inconscientes ao chão. E, claro, causando-lhes vários hematomas pelo corpo ou, o pior, a morte.
Com o asfaltamento veio o tão esperado e desejado progresso, pois o número de turistas das cidades vizinhas a Atalaia do Norte aumentou significativamente, gerando dividendos para a população atalaiense, já que o comércio local cresceu e o ritmo da cidade mudou com a movimentação dos inúmeros visitantes. Porém, esqueceram-se de avisar ao poder público municipal, estadual e federal, principalmente este que deu origem a Rodovia BR 307. Desde sua inauguração, nunca se viu uma fiscalização efetiva do trânsito, não há ambulâncias próprias direcionadas para assisitir aos acidentados, não há orientação aos pedestres, aos motoristas, não há sequer sinalização adequada, considerando que a BR 307 é uma rodovia muito sinuosa tanto para cima ou para baixo, quanto para as laterais, ou seja, muitas ladeiras acentuadas e muitas curvas sinuosas. Qual o resultado de tudo isso? acidentes atrás de acidentes, ferimentos e mais ferimentos e mortes bizarras.
Notadamente vê-se diariamente que a falta de fiscalização, de orientação e de uma verdadeira educação de trânsito são os maiores motivos para que inúmeros adolescentes se aventurem, antes mesmo de adquirirem uma moto ou um carro, pois basta que pessam emprestadas de algum conhecido, que lá estão eles corajosamente invadindo as perigosas curvas da morte, sem a menor noção do que significa trânsito e sem saber qual o verdadeiro valor da vida.
Lamentamos que o acaso tenha levado vários adolescente à morte. Lamentamos que o descaso do poder público para com a população local continue sem o menor sinal de mudança. Lamentamos que a inconscência esteja impregnada na mente das pessoas insensatas.
Orgulhosos da nossa querida Atalaia do Norte, levanto a voz para que os responsáveis pela organização e pelo controle e fiscalização das demandas rodoviárias se manifestem e tomem as providências necessárias que impeçam a impunidade e a inúmeras mortes que estão ocorrendo na BR 307.
Autor: Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
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