BRASÍLIA - O governo federal publicou em Edição extra do Diário Oficial da União na tarde dessa quinta-feira, 26, o Plano Nacional de Educação - PNE, documento que estabelece as estratégias das políticas de educação para o Brasil pelos próximos dez anos. O plano foi sancionado na quarta-feira, 25, pela presidente Dilma Rousseff, sem vetos à versão que foi aprovada neste mês pelo Congresso Nacional.
Um dos principais pontos do plano é a ampliação do financiamento da Educação Pública, chegando, em até dez anos, a 10% do Produto Interno Bruto - PIB. Como estratégias para atingir essa meta, o PNE propõe garantir fontes de financiamento, entre elas os recursos da exploração de petróleo e gás natural, aumentar o acompanhamento da arrecadação do salário-educação e instituir um Custo Aluno-Qualidade, estipulando um padrão mínimo de insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem e multiplicando esse valor pelo número de alunos registrados pelo Censo Escolar.
Outras metas importantes do PNE incluem a alfabetização de todas as crianças até o fim do terceiro ano do Ensino Fundamental, a erradicação do analfabetismo de brasileiros com 15 anos ou mais, a inclusão de todas as crianças de 4 a 5 anos na pré-escola e o acesso à creche para pelo menos metade das crianças de até três anos. Há ainda o estímulo ao Ensino Profissionalizante de adolescentes e adultos e à formação continuada de professores.
Veja abaixo as principais metas do PNE:
EDUCAÇÃO INFANTIL
Ter 100% das crianças de 4 a 5 anos matriculados na pré-escola até 2016 e 50% das crianças com até 3 aos matriculados em creches nos próximos 10 anos.
EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL
Fazer com que todas as crianças e 6 a 14 anos estejam matriculadas no Ensino Fundamental de 9 anos, e garantir que, num prazo de dez anos, pelo menos 95% delas concluam o fundamental na idade recomendada.
Alfabetizar todas as crianças até o fim do terceiro ano do Ensino Fundamental.
ENSINO MÉDIO
Atendimento escolar para 100% dos adolescentes entre 15 e 17 anos até 2016 e elevar, em até 10 anos, a taxa líquida de matrículas dessa faixa etária no Ensino Médio para 85%.
Em até 10 anos, triplicar o número de matrículas na Educação Profissional e Técnica de nível médio, garantindo a qualidade; no mesmo período, aumentar em pelo menos 50% a oferta de matrículas no segmento público de educação profissional.
ENSINO SUPERIOR
Elevar a taxa bruta de matrícula da Educação Superior para 50% da população entre 18 e 24 anos, assegurando a qualidade e expandir as matrículas no setor público em pelo menos 40%.
Garantir que pelo menos 75% dos professores da Educação Superior sejam mestres e 35%, doutores.
Ampliar as matrículas na Pós-Graduação Stricto Sensu para atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Aumentar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, alcançando, em até 10 anos, a média de 12 anos de estudo para as populações do campo e dos 25% mais pobres; além disso, igualar a escolaridade média entre negros e não-negros.
Reduzir para 6,5% a taxa de analfabetismo da população maior de 15 anos até 2015 e erradicá-la em até dez anos; no mesmo período, reduzir a taxa de analfabetismo funcional pela metade.
Garantir que pelo menos 25% das matrículas da Educação de Jovens e Adultos - EJA seja integrada à Educação Profissional.
QUALIDADE E INCLUSÃO
Oferecer educação em tempo integral para pelo menos 25% dos alunos do Ensino Básico em pelo menos 50% das escolas públicas.
Fomentar a qualidade da educação, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, para atingir em 2021 o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB de 6,0 nos anos iniciais do fundamental, de 5,5 nos anos finais do fundamental e de 5,2 no Ensino Médio.
Garantir que todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos com necessidades especiais tenham acesso à Educação Básica com atendimento educacional especializado, preferencialment
e na rede regular de ensino.
PROFESSORES
Criar, em até um ano, uma política nacional de formação de professores para assegurar que todos os professores da educação básica possuam curso de Licenciatura de Nível Superior na área de conhecimento em que atuam.
Formar em até 10 anos 50% dos professores da Educação Básica em nível de Pós-Graduação e garantir que 100% dos professores tenham curso de formação continuada.
Equipar em até seis anos os salários dos professores das redes públicas de Educação Básica ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
Criar em até dois anos planos de carreira para os professores do Ensino Básico e Superior das redes públicas, tomando como base o piso salarial nacional.
INVESTIMENTO
Em dois anos, dar condições para a efetivação da gestão democrática da educação, com critérios de mérito e desempenho e consulta pública à comunidade escolar.
Atingir em até 10 anos o investimento do equivalente a 10% do Produto Interno Bruto - PIB na educação pública.
Fonte: www.g1.com.br
Por Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
rtcastroalves@bol.com.br
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