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SÃO PAULO - O brasileiro trabalha mais do que a média dos habitantes dos países ricos, mas é mais pobre do que todos. O brasileiro trabalha, trabalha e no final produz pouco, já que é pouco instruído, ou seja, seu suor não agrega à economia.
Um novo estudo da OCDE, espécie de grupo de países ricos, mostra que, apesar do zunzunzum "Brasil Potência" da última década, o país tem muito chão a percorre antes de se comparar com o primeiro mundo.
Aqui, apenas 43% dos adultos entre 25 e 64 anos possuem o equivalente ao diploma do Ensino Médio. Isso é muito menos do que a média da OCDE de 75%. É bem menos do que o nosso vizinho Chile com 72%.
A tristeza é que a situação não está melhorando muito: entre os jovens de 25 e 34 anos, apenas 54% terminaram o Ensino Médio, contra 82% na comparação internacional.
Além disso, o país é o pior que tem o desempenho no pisa, o exame internacional que compara o desempenho acadêmico dos alunos de 15 anos, entre os 36 países analisados pela OCDE.
A nota média do brasileiro é 406, menor do que a média da OCDE de 497 e muito atrás da elite mundial, como Finlândia com 529 e Japão com 538.
TEMPO DE TRABALHO
Dos 36 países avaliados, apesar de ser o que tem a pior renda per capita, o Brasil fica em 11o no número de trabalhadores com jornadas semanais com mais de 50 horas - 11% do total, ou seja, não é uma questão de jornada de trabalho, mas de qualidade. (Apesar de ser a 7a maior economia em valores absoluto, em valores per capita e contando todos os países o Brasil fica com o 79o lugar).
O Brasil tem ainda a pior expectativa de vida (73 anos, contra 80 na média da OCDE; ganha apenas da Rússia) e os piores indicadores da segurança pública.
Os dados fazem parte do estudo "Índice para uma vida melhor", que compara as diferentes nações. A edição 2014 foi lançada ontem.
Apesar de tudo isso, chama a atenção que o país tem a 13a melhor taxa de satisfação com a vida. Muito melhor do que a Espanha e a Alemanha, por exemplo.
"Muitos países latino-americanos têm níveis elevados de satisfação com a vida. As causas seguem sendo muito debatidas. Pode ter relação com o modo como as pessoas expressam suas emoções e sentimentos ou sobre como se relacionam", afirma Antony Gooch, Diretor de Comunicação da OCDE.
Fonte: www.folha.com.br (Ricardo Mioto de São Paulo)
Por Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
rtcastroalves@bol.com.br
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