Medida vai valer para alunos com vistos emitidos depois do dia 1 de junho. Mudança é para que o jovem fique mais focado no curso, diz consulado
SÃO PAULO - Após o dia 1 de junho, os estrangeiros que vão para o Canadá fazer cursos de inglês e francês não terão mais permissão para trabalhar independentemente do tempo de permanência nos país. A nova regra vale somente para os alunos de cursos de idiomas com vistos emitidos depois do dia 1 de junho. A mudança, segundo o Consulado Geral do Canadá em São Paulo, entre outros objetivos, é para que o intercambista possa ficar mais focado em concluir o programa de estudos.
Para os alunos de cursos de graduação e pós, com duração de no mínimo seis meses, as regras de trabalho foram facilitadas. A partir desta data, eles poderão trabalhar no máximo 20 horas por semana fora dos campi das instituições, sem ter de solicitar permissão. Antes, estes alunos só podiam trabalhar dentro dos campi, ou caso contrário, tinham de pedir autorização ao consulado. O Consulado Geral do Canadá em São Paulo informou que é comum que os países revejam seus programas e façam modificações. Ainda, segundo o consulado, os estudantes interessados em programas de idiomas não possuem habilidades linguísticas necessárias para ter uma experiência significativa no mercado de trabalho do Canadá. Os regulamentos existem para garantir que esses alunos estejam claramente focados em completar seu programa de estudo durante essa curta estadia no Canadá, dia a nota.
O consulado afirma que o país é mundialmente conhecido pela qualidade do ensino e de vida, e que os estudantes levam estes pontos em consideração na hora de escolher o destino do intercâmbio. Hoje o Canadá é o líder entre os destinos preferidos dos brasileiros que querem aprender inglês no exterior. Segundo a Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais-BELTA, 60% das agências de intercâmbio do país apontaram que em 2013 o Canadá foi o país que mais recebeu brasileiros interessados em aprender idiomas. De acordo com o consulado, em 2012, havia mais de 265 mil estudantes internacionais matriculados em programas de estudo de mas de seis meses.
Para agilizar os procedimentos de visto, o Canadá criou centros de solicitação em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, autorizados a receber os pedidos. Também e possível fazer a inscrição on-line para certos tipos de vistos, como o de visitante temporário. Outra mudança é que o visto que permitia uma única entrada no país foi extinto e substituído pelo de múltiplas entradas.
OUTROS PAÍSES QUE PERMITEM TRABALHO
Se a regra vai mudar no Canadá, em países como Irlanda, Austrália e Nova Zelândia, o intercambista estrangeiro matriculado em cursos de idiomas pode trabalhar. O Presidente da BELTA, Carlos Robles, diz que essa possibilidade é um fator que atrai quem quer aprender idiomas no exterior e vai além da necessidade de complementar a renda para custear as despensas.
"Muitos estudantes que procuram o intercâmbio também querem uma oportunidade de trabalho, alé de idioma. Às vezes, a opção pelo trabalho nem é tanto para ter uma fonte de renda, mas é mais pelo currículo. O trabalho fora do país é muito valorizado, mesmo que seja uma experiência curta e diferente da área de atuação, demonstra flexibilidade e dá um UP grande no currículo", afirma Robles.
Por Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
rtcastroalves@bol.com.br