EDITORIAL
MANAUS - A admiração e o desejo tão sonhado de ingressar em uma instituição de ensino superior sempre esteve vivo na mente da maioria dos estudantes em todo o país. Se a instituição é de renome, conhecida e reconhecida no mundo inteiro, principalmente pela qualidade da formação profissional, tudo se torna mais significativo para o jovem secundarista. No processo regular do ensino e em virtude da capacidade de desenvolvimento educacional, é certo que todas as ações realizadas por qualquer de seus membros pode atingir resultados positivos ou negativos.
Nesse sentido é que a Universidade do Estado de São Paulo - USP adquiriu novo conceito de si mesma. Não bastassem os problemas de segurança pública na área da cidade universitária dessa instituição, em que casos de roubo, furto e até homicídio praticado contra a vida de seus estudantes, situações sinistras chamaram a atenção das autoridades públicas e da sociedade brasileira. Em primeiro plano, houve a partir daí a necessidade de empregar a Polícia Militar para gerar a sensação de segurança para todos os cidadãos-membros da USP. Mas como poderia a Polícia Militar entrar na universidade para atuar, se sua presença nunca foi unânime entre os corpos docente e discente das instituições de ensino superior? A filosofia educacional no meio universitário nunca admitiu a presença da Polícia Militar, face a obscura trajetória deixada desde os anos da ditadura.
Muito embora isso seja um fator preponderante na vida acadêmica,a PM tomou conta de fato da segurança interna da USP, uma vez que a insegurança se implantava. Tudo que parecia ser fundamental para a tranquilidade dos estudantes, professores e servidores transformou-se num pesadelo. Mas, afinal, que tipo de pesadelo e em quem surgira? Na verdade, entendia-se que os infratores vinham de fora da universidade para atormentar a vida dos estudantes, sendo papel da PM limitar a atuação desses infratores. Todavia, as imagens veiculadas na midia nacional demonstram que o número destes é bem maior, invade e macula inclusive o corpo discente de uma das maiores e melhores universidade do mundo. Significativo número de alunos da USP foram flagrados consumindo entorpecente dentro das dependências da universidade, mau exemplo para a sociedade, péssimo exemplo para os jovens que desejam e almejam lugar nas cadeiras do ensino superior. É nesse ponto que encontramos a resposta para que muitos universitários justifiquem as manifestações de insatisfação com a Polícia Militar, já que em cumprimento às leis os alunos infratores são detidos e conduzidos às delegacias da circunscrição para os procedimentos legais. O consumo de entorpecente já não é mais crime, mas a ferida moral é pior do que o próprio crime de tráfico de entorpecente.
A atitude desses estudantes impressionam porque lutam por uma situação esdrúxula: preferem a presença de criminosos cometendo roubos, furtos e até homicídios a ter a Polícia Militar agindo na prevenção de crimes. Agora, pasmem, querem a PM distante simplesmente para poder consumir livremente entorpecentes. Lamentável. Isto é fato, não é a minha opinião. Sou sim a favor da paz, da tranquilidade; sou a favor do ensino de qualidade, da transparência por parte tanto da Polícia Militar quanto dos membros da instituição de ensino e das autoridades públicas.
Como resolver um problema dessa natureza? Nem mesmo a própria USP teve condições ou soube saná-lo. Certo é que não podemos continuar com o discurso de que no seio da universidade a presença da PM é indesejáve. Basta que verifiquemos o quadro de alunos das universidades em todo o Brasil, que veremos muitos policiais militares alunos universitários. Faz mister tirar a máscara e mostrar a verdadeira face dos alunos que optam pelo desprezo, pela hipocrisia, pelo caminho fácil como força legal. Muitos universitários da própria USP demonstraram que são contra as atitudes de seus colegas querendo o afastamento da PM e afimam que o caminho é o natural, o normal, o caminho em que todos percorrem para atingir a ética, a moral e os bons costumes. A esses estudantes, nosso apoio moral. Que a paz reine na USP e que seu bom nome volte a brilhar e atinja o mais alto grau de equilíbrio.
Elaborado por Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
O autor deste artigo é Capitão da Policia Militar do Estado do Amazonas, formado em Licenciatura Plena em Letras na Universidade Federal do Amazonas; em Segurança Pública e do Cidadão na Academia de Polícia Militar do Estado de Goiás; em Direito no Centro Universitáio de Ensino Superior do Amazonas.
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