SÃO PAULO - Universitário e profissionais com curso superior já procuram cursos técnicos como uma forma de tentar garantir um lugar ao sol no mercado de trabalho. É esse o caso de Tábata Martins, 19 anos. Sua família queria que ela fizesse Direito, mas ela decidiu seguir o coração e entrou na faculdade de Artes da PUC.
"O problema foi que quando passei a conversar com meus colegas sobre o mercado para essa área me bateu aquela insegurança, um medo de ficar sem emprego", disse ela.
A solução foi se matricular em curso técnico de Design Gráfico. "Não adianta ter teoria ou saber desenhar - me disseam que para arranjar trabalho na área eu teria de dominar as técnicas de desenho no computador e é o que estou tentando aprender", conta a jovem, que agora sonha em trabalhar em um estúdio de quadrinhos.
Paloma Cristina dos Santos é outro exemplo. Ela já fazia o curso superior de enfermagem, de cinco anos e meio, na mesma área para poder começar a trabalhar logo.
"Não dá para esperar cinco anos. Quero ver o quanto antes como é o dia-a-dia da profissão", diz ela. Além disso, no momento há mais emprego para técnico em enfermagem do que para enfermeira formada.
Edna Aparecida de Oliveira, estudante do curso superior de Fisioterapia, está cursando o técnico de Massoterapia para trabalhar como autönoma enquanto termina os estudos.
Já Rodrigo Fujita, estudante de engenharia, vê no curso de técnico em eltro-eletrônica uma forma de começar a construir uma carreira.
"A ideia é tentar entrar em uma empres como técnico - o que é mais fácil - e depois que conseguir meu diploma de Engenheiro, crescer lá dentro", diz.
EMPREGABILIDADE
Entre os fatores que parecem ter influenciado esses alunos a tentar acumular certificados técnicos com o diploma de curso superior está, primeiro a questão da empregabilidade.
Uma pesquisa recente da Consultoria ManpowerGroup, por exemplo, concluiu que os cargos técnicos e de profissionais com habilidades técnicas específicas estão entre os postos que as empresas mais têm dificuldades para preencher hoje no Brasil.
Segundo fator que parece fazer a diferença para o acúmulo dos certificados é fato do curso técnico ser gratuito. Todos os alunos acima são estudantes do Pronatec, programa no qual o governo paga para instituições de Ensino públicas e privadas proverem cursos profissionalizantes a um público variado, que vai de estudantes e jovens egressos do Ensino Mèdio a desempregados, beneficiários de programa sociais e trabalhadores querendo se requalificar.
Seu objetivo é reduzir a escassez de profissionais com qualificações específicas e ajudar a ampliar a produtividade do trabalho no Brasil - emobra especialistas critiquem a falta de estudos independentes sobre o impacto do programa, tanto para aqueles que buscam trabalho quanto para as empresas que procuram profissionais no mercado.
Os estudantes universitários e, profissionais com Ensino Superior, não são um público preferencial do Pronatec. Mas ainda assim chegam a representar 25% das 58 mil inscrições em cursos do programa feitas pelo gruo Kroton Educacional - conglomerando que inclui entre outras a faculdade Anhanguera, a Pitágoras e a Uniban.
Em parte, alguns desses estudantes de graduação parecem ser atraídos pelo programa também por uma facilidade logística. As faculdades particulares passaram a ser habilitadas pelo governo para ofercer o Pronatec no final do ano passado. A partir de então, os universtiários dessas instituições começaram a dividir espaço com os estudantes do Ensino Técnico e passaram a ser expostos a propaganda de folhetos informativos dessa faculdades sobre o programa.
Fonte: www.bol.com.br (Ruth Costa)
Por Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
rtcastroalves@bol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Sua opinião é importante para nós. Obrigado por acessar nosso blog. Parabéns.