SÃO PAULO - De um lado o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA aponta e projeta escassez de engenheiros - sobretudo civis - até 2020. Do outro, recém-formados relatam dificuldade em encontrar o primeiro emprego efetivo com o título de profissional da Enganharia. Flávio Pavan, gerente de projetos e pesquisa da Carreira Muller, consultoria que faz semestralmente levantamento de remuneração de engenheiros em todo Brasil, explica o aparente paradoxo.
Como o piso salarial da categoria é estabelecido por lei federal - Lei n. 4.950-A/1966 - e fiscaizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA, com amparo dos sindicatos da categoria, o recém-formado acaba saindo "caro" para as empresas, tendo em vista o risco da sua "inexperiência".
Atualmente o piso é de 6 salários mínimos para jornada de 6 horas, sendo que cada hora adicional a essas 6 horas, vale 25% a mais. Assim, engenheiros com jornada de 8 horas diárias devem receber 8,5 salários mínimos por mês, ou seja, R$ 6.154,00.
"Em vez de contratar, pagando o piso fiscalizado pelo CREA, um recém-formado que ainda não ganhou toda a experiência que precisa para tomar decisões técnicas, as empreas optam por buscar no mercado profissionais mais maduros e contratá-los por 8 mil reais, por exemplo", disse.
O piso reajustado pelo valor do salário mínimo, aliás, é um dos fatores que respondem pela valorização dos engenheiros no Brasil. O outro é o aquecimento e o fato de que engenheiros caíram nas graças do mercado, segundo o gerente da Carreira Muller.
"Muitas empresas estão preferindo contratar engenheiros para desempenhar funções antes exercidas por profissionais de outra formação", diz Pavan.
O levantamento, com base nas informações de 170 empresas e 313 unidades, traz os salários praticados na folha de pagamento dos Engenheiros, contratados em regime CLT. (Consolidação das Leis Trabalhistas)
Por isso, segundo Pavan, existem valores abaixo do piso, no que diz respeito a engenheiros de nível júnior. "Esta é a realidade da folha de pagamento", diz. Segundo a pesquisa, são 63% as empresas que afirmaram seguir o piso fiscalizado pelo CREA.
Confira a tabela completa em:
http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/quanto-ganham-os-engenheiros-no-brasil
Fonte: www.exame.abril.com.br
Por Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
rtcastroalves@bol.com.br
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