Cinco estudantes brasileiros prêmiados na feira Intel Isef (Intel International Science and Engineering Fair) irão "virar" asteroides: cada um deles irá batizar um com seu nome, pelo programa Linear, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos. O objetivo do projeto é servir como ponto de partida para que alunos e professores aprendam mais sobre estudos espaciais.
Apesar de o nome dos brasileiros não estarem ainda no programa, é possível ver quem já foi contemplado no site do programa. Além de Lucas, Eduardo Trierweiler Boff, 18, Tamara Gedankien, 17, Alejandro Mariano Scaffa, 17 e William Lopes, 20, também terão seus nomes em asteroides.
"Vamos poder dizer para os netos quando estivermos velhos: “olha pro céu, lá tem um asteroide com o nome do vô...”, anima-se Lucas Strasburg Ferreira, que ganhou o segundo lugar na categoria de trabalhos em grupo. "Saí da cerimônia de premiação, tirei o terno, coloquei a camiseta do Grêmio e fui direto ligar pra casa. Nossa, minha mãe ficou muda no telefone", conta.
Lucas e Eduardo ganharam o segundo lugar na categoria de projetos em grupo com o "Revo Foot", uma prótese de baixo custo para quem teve amputação de membros inferiores. "Voltando do futebol, notei, em frente à minha casa, um homem que pulava algumas vezes e parava. Me aproximando, vi que ele era amputado abaixo do joelho, não possuía prótese, e quando parava de pular e se escorava na muleta, comia um pedaço de doce. Isso me deu a ideia de conversar com meu amigo para pesquisar as amputações e o protesismo mais a fundo, a fim de ajudar pessoas naquela situação", conta Lucas.
Depois de falar da premiação, Lucas já aproveitou para garantir outro prêmio: "Eu que não sou bobo, pedi para a minha mãe me esperar com cuscuz de amendoim, café com leite e torta de bolacha. Sério, comer hambúrguer é legal uma vez que outra, mas todos os dias enjoa. Não aguentava mais de saudade da comida da minha mãe!", desabafa.
O "Revo Foot" foi o trabalho final dos jovens no curso técnico em mecânica, que cursaram junto com o ensino médio. "Fizemos como trabalho de conclusão, mas qualquer um pode fazer pesquisa científica, basta ligar as ideias conforme os moldes de pesquisa, ter um caderno de campo para anotar todo o desenvolvimento do que é pesquisado. Faça pela inspiração do querer descobrir, inventar novas coisas ou melhorar as que já existem. As ideias surgem quando menos se espera", aconselha Lucas.
"Ainda não acredito"
Tamara Gedankien ganhou o primeiro lugar e o prêmio de melhor projeto na categoria de ciências sociais, além de uma bolsa para fazer faculdade nos Estados Unidos. Ela aplicou conhecimentos da cultura judaica no ensino de matemática em classes experimentais do 5º e 9º anos no seu colégio; ao final do experimento, as classes experimentais tiveram melhor desempenho do que as classes comuns.
"Hoje aprendemos matemática do jeito europeu. Na pesquisa vi que a contextualização sociocultural traz um aprendizado mais significativo para o aluno, ele constrói um acervo maior de técnicas para resolver os problemas", observa.
Ela, que participou da feira pela segunda vez, disse que perdeu as esperanças quando anunciaram o segundo colocado na premiação em que ela concorria. "É muito difícil eles nomearem um estrangeiro. Quando anunciaram, não acreditei; ainda não estou acreditando", diz. Na volta para o Brasil, Tamara criou uma comunidade no Orkut dedicada a "donos de asteroide": "Quero ver se encontro outros donos; por enquanto, tem quatro pessoas".
Uma das coisas que Tamara mais gostou foi a oportunidade de conhecer ganhadores do Prêmio Nobel: "Até tirei fotos com eles", diz. "Passar por esse processo é muito legal; aconselho que as pessoas experimentem emergir nesse mundo para ver as oportunidades que podem surgir. Fiz amigos para a vida inteira", conta.
Fonte: http://www.g1.com.br/ (Ana Okada)
Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
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