BRASÍLIA - Líderes do governo na Câmara disseram, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dia 27, (terça-feira) que vão trabalhar para aprovar no Congresso Nacional um reajuste de 7% para aposentados que ganham acima de um salário mínimo.
Segundo Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Romero Jucá (PMDB-RR), Lula sancionaria a medida provisória se o valor do reajuste, inicialmente previsto para 6,14%, subisse para 7%. “Não tenho dúvida de que se for construído um acordo redondo, o presidente vai sancionar”, afirmou Jucá.
“Com a palavra do relator e líder do governo na Câmara e a palavra do líder do governo no Senado, sem dúvida nenhuma a proposta será sancionada pelo presidente”, disse Jucá. Ele se comprometeu a trabalhar no Senado para aprovar um reajuste de 7%, caso o valor passe na Câmara. “Se esse acordo for consolidado na Câmara, vamos trabalhar para trazer esse acordo para o Senado também, como uma forma de sinalizar ao governo que é um entendimento da base e, portanto, deve ser sancionado”, explicou o senador.
Vaccarezza também se comprometeu a levar adiante o aumento do reajuste para os aposentados, mas assinalou que um valor acima de 7% seria vetado por Lula. “Nenhum centavo acima de 7% vai passar. Se passar mais do que isso é insustentável”, disse o deputado.
Grande parte dos senadores e deputados querem aprovar uma emenda que prevê reajuste de 7,71% aos benefícios, valor considerado pela equipe econômica do governo como inviável. Na reunião desta tarde com o presidente, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, o secretário-executivo do ministério, Nelson Machado, e o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, afirmaram, segundo Vaccarezza, que o Orçamento comporta um reajuste de 6,14%. “Se for aprovado valor superior a esse, isso vai sinalizar um esforço maior da equipe econômica e do governo. Não pode passar de 7%”, disse o deputado.
Defensores de um reajuste acima dos 7%, no entanto, dizem que o governo poderia ir além desse percentual. “Lula não vai brigar com todos os aposentados do país por causa de R$ 600 milhões”, disse o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da Força Sindical.
Os R$ 600 milhões citados por ele é a diferença entre os 7% que os líderes do governo já admitem que Lula sancionaria e os 7,71% defendidos por deputados de vários partidos.
VOTAÇÃO ADIADA
A votação do índice de reajuste dos aposentados ficou para esta quarta-feira (28). Na sessão desta noite, o deputado José Genoino (PT-SP), foi nomeado relator em plenário diante da ausência de Vaccarezza e pediu prazo de uma sessão para apresentar o relatório. Como o pedido é regimental, a sessão foi encerrada.
O governo já tinha perdido antes uma votação preliminar. O presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), tinha considerado inadequada uma emenda de Fernando Coruja (PPS-SC) que propunha o fim do fato previdenciário a partir de 2011.
Uma votação simbólica, no entanto, derrubou a decisão de Temer e a emenda terá de ser analisada pelos parlamentares durante a votação da medida provisória que trata do reajuste.
Fonte: http://www.g1.com.br/
Rubem Tadeu - Presidente da AFAMA
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